segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
Fernanda Lima concedeu entrevista ao repórter Wallace Carvalho:
RIO DE JANEIRO - Após oito anos na Globo, Fernanda Lima finalmente encontrou seu lugar na emissora carioca. O sucesso da sétima temporada de "Amor e Sexo" fez com que a direção do canal visse a loira com outros olhos.
Assim como todo o resto do planeta. Fernanda virou um fenômeno mundial ao aparecer linda em um vestido dourado e com um decote generoso no sorteio da Copa do Mundo, realizado na Bahia há cerca de dez dias semanas. O mundo quis conhecer quem era aquela loira, que chegou até a ser motivo de polêmica no Irã (a transmissão foi cortada por conta da, digamos, exuberância de Fernanda).
Mesmo assim, até segunda ordem, "Amor & Sexo" não voltará à grade. A decisão foi tomada antes do furor causado pela nova safra de episódios do programa.
Ao contrário do que se imagina, a apresentadora é favorável à ideia de encerrar seu ciclo na produção. "Melhor encerrar por cima do que com a fórmula desgastada", disse ao Famosidades.
Nascida em uma família conservadora e bastante tímida longe dos holofotes, Fernanda se considera uma pessoa muito careta. "Por incrível que pareça, isso me ajudou muito a conduzir o 'Amor e Sexo', porque nunca levamos nada ao ar que constrangesse o público", garantiu.
Mãe de dois filhos, a estrela cogita aumentar a família. Só não engravidou ainda porque está bastante focada em sua carreira e não gostaria de se ausentar do trabalho neste momento.
"Toda mulher tem esse impasse. Gostaria, mas não sei se agora. Ao mesmo tempo, fico pensando que se eu esperar muito, talvez, não dê mais", admitiu.
Casada com Rodrigo Hilbert, a bela sabe que desperta inveja nas mulheres e não esconde ser ciumenta. "É um defeito que detesto."
Fernanda também negou que a dupla estaria pensando em oficializar a união, mas não descartou uma futura festa com toda pompa e circunstância. "Pode ser que um dia a gente acorde morrendo de vontade de assinar um papel, comemorar com a família. Mas não é nenhuma prioridade."
Durante o papo, a apresentadora falou ainda sobre a criação dos filhos, sua alimentação e o talento de Rodrigo Hilbert na cozinha. Confira!
foto: Ale de Souza |
FAMOSIDADES - Apesar do sucesso de 'Amor e Sexo', até segunda ordem essa é a última temporada do projeto. Foi uma ideia sua encerrar a atração?
FERNANDA LIMA - Não, foi do Ricardo Waddington, mas não questionei a decisão. O programa foi feito para durar uma temporada. Não sabíamos como seria a recepção do público. Estamos na sétima. Foi um sucesso. Melhor encerrar por cima do que com a fórmula desgastada.
Há quem jure de pé junto que você deve reforçar o time do 'Vídeo Show' em 2014. Tem alguma verdade nesses boatos?
Não tem. Mas vou te dizer que as notícias sobre esse assunto foram tão convincentes, que eu cheguei a pensar que poderia rolar. Tanto que fui perguntar ao Ricardo se existia essa possibilidade e ele me garantiu que não. Sinceramente, não vejo como poderia acrescentar alguma coisa ali. Mas, se me chamassem, eu iria. Sou contratada da casa e faço tudo o que acharem que tenho capacidade de fazer.
Até um novo papel em novela?
No momento, não. Mas, só no momento [risos]. As experiências que tive em novelas foram bem difíceis. Eu não sou atriz, não estudei para isso. Estando no elenco de uma novela sou cobrada como tal. E acho justo essa cobrança. Como não tenho tempo para me preparar adequadamente, não quero fazer.
Você também não é cantora e, no entanto, tem soltado a voz no 'Amor e Sexo'. Foi ideia sua?
Ali é uma brincadeira. Até mesmo porque, como você disse, não sou cantora. É só para fazer um graça, dar um tchan a mais. Quando pensamos na hipótese de interagir com o balé, chegamos à conclusão de que caberia cantar alguma coisinha aqui ou ali. Mesmo assim, me preparei, fiz aulas de canto. Agora, confesso que foi um desafio enorme, porque tenho vergonha de cantar em público.
Fora do palco, você é uma pessoa muito tímida. Falar de sexo se tornou mais confortável para você com o programa?
Além de tímida, eu sou careta [risos]. Na minha casa, ninguém falava de sexo na mesa do jantar, por exemplo. Não havia um diálogo sobre isso. Meus pais são muito conservadores. Imagina, eu chegar em casa dizendo que perdi a virgindade? Não teve isso. Por incrível que pareça, isso me ajudou muito a conduzir o 'Amor e Sexo', porque nunca levamos nada ao ar que constrangesse o público. Como não faço a linha moderninha, fui uma espécie de parâmetro da equipe para saber o que seria de bom tom levar ao ar. Não que eu seja certinha. O que eu quero dizer é que o que me deixa constrangida também pode constranger a maioria das pessoas.
Pensa em ter outro filho?
A gente pensa em tudo, né? A vida é um sopro. A gente tem que preencher com tudo o que a gente puder de amor e alegria. Quem tem filho sabe que a criança ocupa esse lugar. Eu penso, sim, mas tenho uma certa dificuldade em materializar isso porque é um ano e meio que você precisa dar aquela parada. Não sei se eu estou nesse momento de parar tudo para engravidar. Questão de mulher, sabe? Toda mulher tem esse impasse. Gostaria, mas não sei se agora. Ao mesmo tempo, fico pensando que se eu esperar muito, talvez não dê mais. Não tenho nenhum plano, nenhum objetivo, mas estamos pensando.
Adotar uma criança faz parte desses planos?
Simpatizo com a ideia. Nunca pensei friamente em adotar uma criança. Outro dia em um voo, me peguei pensando sobre essa questão. O Rodrigo também é simpático à ideia, mas não sei. Ainda não tivemos uma conversa sobre o assunto. Não descarto. Meus filhos são amigos das filhas da Glória Maria e eu acompanhei a história dela de perto. Acho fantástica.
Uma vez por semana você dá aula de ioga para meninos da Cidade de Deus. Como surgiu essa ideia?
A gente fica voltado para o próprio umbigo, para a própria família. Já temos tanta coisa para resolver, que é difícil olhar para o lado e ver: 'O que posso fazer pelo outro?'. Eu sempre quis, de fato, fazer alguma coisa e, finalmente esse ano, essa oportunidade apareceu. Eu vivo esse dilema há muitos anos e não sabia por onde começar. Não dá nem para chamar de um projeto ainda. Eu dou aulas para meninos da comunidade que participam de um grupo chamado Os Arteiros. Entrei nessa história por um amigo que mora lá.
Você já pensou em levar seus filhos para conhecer essa realidade tão diferente?
Acho importante, mas ainda não os levei. Eles sabem do projeto, veem fotos. Não levei ainda porque eu quero deixar minha história mais sólida com o grupo. Pretendo levar também amigos meus, professores. Esse encontro tem sido muito interessante. Imagina eu chegando lá, famosa, loirinha, de carrão, de frente com um monte de criança com uma realidade tão dura. Rolou uma desconfiança da parte deles. Mas, estamos bem enturmados. Cada dia é um passo novo. A gente conversa sempre no final das aulas. Outro dia batemos um papo sobre alimentação. Tem gente ali que nunca comeu tomate, não sabe o gosto de uma cenoura.
Você passou por algum tipo de necessidade antes de se tornar uma pessoa famosa e bem sucedida?
Nunca passei fome. Mas, tive as minhas dificuldades. Claro que, perto deles, não é nada. Porém, minha experiência ajuda muito. Eu era muito nova quando saí de casa para trabalhar. Meu pai não tinha como me mandar dinheiro, vivi minhas inseguranças. A vida nem sempre foi fácil para mim. Minha adolescência foi como a da maioria. Tive problemas com o corpo, por exemplo. Nossa relação tem sido muito rica. Espero transformar isso em um projeto de fato e estender isso para outras comunidades, montar uma equipe bacana, ter uma estrutura legal.
A ioga, pelo visto, transformou sua vida em vários aspectos.
Sem dúvida.
João e Francisco te acompanham?
Eles fazem um pouco. Aprendi a fazer um negócio com eles que me ajudou muito na minha vida. Nossa vida vai virando uma loucura tamanha que você vai perdendo coisas fundamentais. Quando eles brigam ou quando estão muito ansiosos, pego eles pelo braço e coloco para respirar cinco vezes bem devagar. Na primeira, eles estão morrendo de raiva. Na quinta, já são outras crianças, tomaram controle da situação.
Com cinco anos, eles já estão naquela fase de testar sua autoridade?
Totalmente. Eu evito colocá-los de castigo, mas quando eles passam do limite não tem exercício de respiração certa. Não deu certo, a gente vai para a conversa. Não resolveu, vem castigo. Porque a criança testa seu limite. Cabe a você dar.
Como você controla a alimentação deles?
Na minha casa é muito feijão e arroz. Almoçando e jantando direito, eu permito que se coma porcaria. Outro dia eles pediram para provar refrigerante. Lá em casa, ninguém toma. Eles viram um pessoal do trabalho lá em casa bebendo e pediram. Eu deixei. Eu até filmei eles experimentando. Eles acharam delicioso e eu pensei: 'Rodrigo vai me matar' [risos].
O Rodrigo é mais rigoroso com essa questão?
Não tanto, mas até hoje, quando eles pedem refrigerante, ele me olha e fala: 'Culpa da mamãe' [risos]. Mas não adianta eu falar que não, porque eles estão crescendo, se desgarrando e vão provar. Pelo menos, eu fui a primeira a dar e vi a reação deles com as 'bolhinhas'.
É difícil resistir às receitas que seu marido faz em casa? Você pede para provar os pratos que ele cozinha no 'Tempero de Família'?
Não sei de onde as pessoas tiraram que eu sou uma pessoa absolutamente saudável. Eu também tenho meu lado 'terror da nutricionista'. Como muito chocolate, por exemplo.
Mas você não come carne...
Eu fiquei um tempo sem comer carne. Quando eu engravidei, eu sentia muita vontade e voltei a comer. Eu amava e sou gaúcha, nasci no meio de um churrasco. Eu amo as coisas que o Rodrigo faz. A polenta, por exemplo, eu me acabo. A comida salgada, de casa, de panela, não são os vilões para mim. Eu nem penso em não comer. Eu sou muito esfomeada, adoro comer. Agora, o resto eu seguro a onda. Mas não sou nada radical. Estou longe de ser aquela pessoa que rejeita alguma coisa só porque tem açúcar [risos]. Esses prazeres eu controlo, mas não abro mão.
Eu fiquei um tempo sem comer carne. Quando eu engravidei, eu sentia muita vontade e voltei a comer. Eu amava e sou gaúcha, nasci no meio de um churrasco. Eu amo as coisas que o Rodrigo faz. A polenta, por exemplo, eu me acabo. A comida salgada, de casa, de panela, não são os vilões para mim. Eu nem penso em não comer. Eu sou muito esfomeada, adoro comer. Agora, o resto eu seguro a onda. Mas não sou nada radical. Estou longe de ser aquela pessoa que rejeita alguma coisa só porque tem açúcar [risos]. Esses prazeres eu controlo, mas não abro mão.
Você também cozinha?
Eu não morro de fome. Faço macarrão, um arroz com feijão, um purê e pronto. Mas não tenho o dom do fogão. Se eu não morasse com o Rodrigo, eu teria melhorado nesse aspecto. Mas, com um cozinheiro de mão cheia em casa, a gente relaxa. E eu sou muito bagunceira. Limpar tudo depois me desanima. Ele cozinha, limpa, faz tudo.
É verdade que o “Tempero de Família” foi ideia sua?
Foi. O programa surgiu de uma conversa minha com uma amiga, a Gisela Matta, que foi a primeira diretora do 'Tempero'. Estávamos jantando lá em casa quando combinamos de filmar ele na cozinha. Tudo isso sem ele saber. Sabia que ia dar certo essa ideia. Ele é muito carismático, tem potencial como apresentador. O resultado foi o sucesso do projeto.
Vocês pensam em oficializar o casamento? Fazer festa e tudo mais?
De vez em quando, eu vejo por aí notícias de que estamos planejando um casamento. A única verdade nisso é que pensamos em casar um dia. Só que nunca marcamos data, não pensamos em fazer festa ou algo íntimo. A gente se ama, tem uma família linda, pode ser que um dia a gente acorde morrendo de vontade de assinar um papel, comemorar com a família. Mas não é nenhuma prioridade.
Nas redes sociais, muita gente brinca com o fato de você ter um marido lindo e bom na cozinha. Assim como você, o Rodrigo também chama muita atenção. Você tem ciúmes dele?
Dele com fãs, não. Mas reconheço que sou possessiva. É um defeito meu que detesto. Graças a Deus, Rodrigo não me dá motivos para sentir ciúmes.
O que tira você do sério?
Tantas coisas. Não sou uma pessoa absolutamente zen. Eu me trato. A pessoa vai à terapia, eu vou à ioga. É um tipo de tratamento para manter um certo equilíbrio na vida. Mas, injustiça é algo que me pega. Velhinho e criança me partem o coração. Gente que dorme no ônibus para não deixar um idoso sentar, me tira do sério.
Restou alguma coisa da Fernanda Lima da MTV?
Muita coisa. A vontade de fazer o melhor, de acertar, de ter orgulho do meu trabalho está aqui. Profissionalmente, eu mudei. Tenho mais experiência, estou mais segura, mais confiante.
Quais são seus planos após o fim da sétima temporada de 'Amor e Sexo'?
Vou viajar. Isso é fato. Na volta, vou terminar minha pós-graduação em filosofia e arte e desenvolver um novo projeto para voltar à TV.
Alguma ideia já está rondando sua cabeça?
Várias, mas não vou te contar nenhuma [risos].
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